Cuidados
-
Hospitalares
Jejum por 24 horas, antibioticoterapia, anticoagulante, analgesia, inibidores da acidez gástrica. Início da via oral após retorno do peristaltismo. -
Domiciliares
Complementação da medicação utilizada à nível hospitalar. Retorno progressivo à atividade física. Líquidos nos primeiros 15 dias e líquidos e pastosos até completar 30 dias de cirurgia. Exercícios físicos e esportivos liberados após 60 dias da cirurgia.
CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO
Nas consultas, o paciente é esclarecido a respeito das indicações e objetivos do tratamento, bem como é informado a respeito de como é feito o procedimento cirúrgico, os riscos trans e pós-operatórios.
Nas entrevistas, são esclarecidas dúvidas, a necessidade de adaptação e cooperação por parte do paciente, bem como a importância do comprometimento do mesmo para o sucesso da cirurgia e do tratamento como um todo, alem do apoio familiar.
Nutrição
O papel do nutricionista na equipe de cirurgia bariátrica
Em uma equipe de cirurgia bariátrica o papel do nutricionista é fundamental para o acompanhamento dos pacientes.
A obesidade vem crescendo entre a população em números alarmantes. Para pacientes que se encontram em uma obesidade de grau III, ou seja, uma obesidade severa que diminui a qualidade de vida e limita o paciente de fazer várias atividades que lhe proporcionavam prazer, a cirurgia bariátrica está sendo uma ótima alternativa já que um acompanhamento nutricional com dieta controlada em conjunto com atividade física já não é mais eficaz nesses casos.
O nutricionista é o profissional responsável por orientar nutricionalmente e monitorar o paciente na evolução da dieta.
Os cuidados nutricionais no pré-operatório são importantes para minimizar o risco cirúrgico e iniciar a reeducação dos hábitos alimentares, sendo este um processo de conscientização do indivíduo para que se obtenha sucesso após a cirurgia. No atendimento pré-operatório o paciente é informado sobre a dieta pré-cirúrgica e também as etapas da dieta do pós-operatório. É importante nesse momento fortalecer a informação de que o sucesso do procedimento depende do comprometimento do paciente.
No pós-operatório o acompanhamento nutricional dobra de importância, pois é fundamental adequar o cardápio em relação à nutrientes, calorias e atividades desenvolvidas. A perda de peso deve ser monitorada para evitar risco nutricional. A alimentação neste período deve se adequar em relação ao volume, saciedade e promover o fornecimento de nutrientes básicos e essenciais, além de maximizar a perda de peso no primeiro ano de pós-cirúrgico e promover a manutenção do peso a longo prazo.
O nutricionista é o profissional que estará de “mãos dadas” com o paciente nas dificuldades para fazer escolhas alimentares mais saudáveis, para motivá-lo a seguir em frente e atingir os objetivos e comemorar cada conquista.
Alimentação nos primeiros 30 dias após a cirurgia
Água sem gás, chás, caldos e coados; água de côco, Gatorade, leite, iogurtes, gelatinas, etc. Seguir sempre a orientação da nutricionista. Tomar pelo menos 2 litros de líquidos por dia.
Diarreia, constipação, dor por gases, náuseas ou vômitos podem acontecer especialmente nas 4 primeiras semanas, após a cirurgia. Algumas modificações na dieta e o aumento na ingesta líquida podem aliviar estes sintomas. Medicações podem ser necessárias para estes ajustes. Em caso de dúvida ou necessidade, o paciente deve recorrer imediatamente ao seu cirurgião. Vômitos podem acontecer, especialmente se o paciente comer rapidamente, não mastigar bem ou comer demais.
Alimentação após 30 dias da cirurgia
Alimentação branda, retornando gradativamente ao uso de sólidos, com maior frequência e menores quantidades que o habitual no dia a dia. Restrição alimentar à ingesta de doces.
Após 3 meses da cirurgia, a dieta é normal, o que não significa igual a anterior a cirurgia e sim uma ingesta que sacie o neo-estômago com alimentos nutritivos, evitando a anemia e a avitaminose, com controle quantitativo e qualitativo, orientado pela nutricionista.
Acompanhamento Psicológico
O período do pós-cirúrgico, é de suma importância, visto que, é nesse ínterim que o paciente começa a se adaptar a uma nova realidade totalmente diferente, da qual ele vinha experimentando. Começa uma etapa difícil, no qual o paciente terá que cumprir com rotinas, dietas, horários, mas seus desejos compulsivos incontroláveis de comer errado, continuam existindo.
Nos primeiros três meses, o paciente está em lua-de mel, com a cirurgia, porque não sente fome, obedece os horários, está se reeducado, e, principalmente perdendo o peso desejado, as pessoas já estão notando seu emagrecimento, o paciente começa então a investir mais em si, se sente motivado, sua autoestima aumenta, assim como a sua confiança em seguir as dietas, pois sente-se capacitado , disposto e , capaz de seguir as orientações da equipe multidisciplinar.
Em geral, a partir do sexto mês, o paciente começa a se dar conta, que o processo está surtindo efeito, e, portanto sente-se mais entusiasmado com o seu emagrecimento, já perdeu em torno de 30% de seu peso total, e ,portanto começa a se sentir confiante, e muitas vezes , acaba abandonando o tratamento.
É neste período que o paciente mais precisa de psicoterapia, pois começa a cometer abusos, que irão prejudicar a sua perda de peso. É possível, afirmar, que geralmente os pacientes buscam resolver seus problemas cotidianos, através da comida.
O obeso busca na alimentação um refugio que irá lhe proporcionar todas as gratificações de que necessita, criando assim, novamente a “máscara” protetora, que cria a ilusão de que qualquer sentimento agradável ou desagradável é recebido através da comida como um alívio. Portanto ao emergir algumas dificuldades emocionais que estavam encobertas pelo processo de emagrecimento, o paciente passa a se utilizar de “boicotes”, como forma, de “anestesiar” sentimentos angustiantes, evitando o sofrimento psíquico. Com isso, acaba ingerindo e fracionando alimentos mais calóricos, que acabam prejudicando o seu tratamento.
É nesse momento, que o psicólogo ao trabalhar com as emoções do paciente, o direciona de forma a entender seu processo, ajudando-o a perceber e compreender de forma mais efetiva sua adaptação às fases da cirurgia, bem como, sua nova imagem corporal, reorganização da vida, amorosa, profissional e pessoal, assim como , envolver o paciente no tratamento, para que consiga promover mudanças efetivas, na sua forma de lidar com suas emoções.